TEA
Transtorno do Espectro Autista
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) descreve diferentes formas de funcionamento cerebral que influenciam como a pessoa percebe o mundo, se comunica e se relaciona. O termo “espectro” expressa justamente a diversidade de formas pelas quais o autismo se manifesta. Há pessoas que apresentam maior sensibilidade sensorial, outras que têm desafios de linguagem, dificuldades de interação social ou padrões repetitivos de comportamento. Essa variabilidade mostra que não existe um único perfil de TEA, mas uma ampla gama de modos de funcionamento cerebral.
Entre as características frequentemente observadas estão dificuldades na interação social e emocional, maior resistência a mudanças e transições, sensibilidade acentuada a sons, sabores ou texturas, além de atrasos ou irregularidades no desenvolvimento da fala. Essas diferenças muitas vezes coexistem com outras condições, como ansiedade ou TDAH, o que reforça a importância de uma avaliação individualizada.
O cuidado no espectro autista é, por natureza, multidisciplinar. Fonoaudiologia, terapia ocupacional, acompanhamento psicológico e apoio educacional podem ser recursos fundamentais para o desenvolvimento global. Nesse contexto, o neurofeedback ocupa um lugar especial, atuando diretamente na autorregulação neural e ampliando os efeitos de outras intervenções.
Evidências científicas indicam que, no cérebro de pessoas no espectro autista, é comum encontrar padrões de conectividade atípica. Em algumas redes observa-se comunicação excessiva entre regiões próximas, enquanto em outras há menor integração entre áreas mais distantes, como as frontais e temporais. Essas diferenças ajudam a compreender por que certas respostas sensoriais podem ser tão intensas e por que podem surgir desafios em flexibilidade cognitiva, comunicação e regulação emocional.
O swLORETA, tecnologia utilizada na Gray Matters, representa um diferencial importante nesse processo. Ele permite observar em profundidade a atividade neural, acessando não apenas a superfície, mas também regiões cerebrais mais internas e a forma como elas se conectam. Essa precisão permite compreender melhor essas dinâmicas e construir protocolos altamente individualizados. Assim, é possível conectar diretamente as dificuldades relatadas aos padrões identificados em cada mapeamento. Dessa forma, mesmo pequenas melhoras alcançadas de forma progressiva podem transformar a rotina da pessoa e gerar melhorias concretas no convívio familiar e social.
Acompanhamos pessoas de todas as idades no espectro, sempre com ética e transparência ao alinhar expectativas. O cérebro no TEA apresenta formas próprias de funcionamento e conectividade, o que significa que há limites naturais de neuroplasticidade e que cada indivíduo responde de maneira diferente ao treinamento. Por isso, não é possível prever com exatidão o alcance de cada progresso. No entanto, nossa experiência clínica mostra que mesmo pequenas melhoras sustentadas, como maior estabilidade emocional, redução da ansiedade ou melhora na regulação sensorial, podem representar avanços significativos. Quando mantidos ao longo do tempo, esses ganhos tendem a se consolidar, refletindo mudanças duradouras no funcionamento cerebral e ampliando a autonomia na autorregulação.
Na Gray Matters, cada mapeamento se transforma em um ponto de partida objetivo para acompanhar a evolução. Em vez de um diagnóstico estático, oferecemos um caminho claro para observar transformações reais, medindo de forma concreta os ganhos que vão sendo consolidados com o neurofeedback.
