TEPT
Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Equilíbrio neural após experiências traumáticas
Foi durante e especialmente após a Primeira Guerra Mundial que o trauma ganhou reconhecimento clínico. Soldados voltavam das trincheiras com sintomas incapacitantes, descritos na época como “choque de granada”. Esse contexto marcou um ponto de virada na compreensão do impacto do trauma sobre o funcionamento humano. Hoje, reconhecemos que essa condição vai muito além da experiência de combate. O trauma pode emergir em diferentes fases da vida e em múltiplos contextos, como acidentes, perdas, abusos, negligências, bullying e outras situações que ultrapassam a capacidade de enfrentamento individual.
O trauma pode ser agudo (decorrente de um evento único e marcante) ou crônico/complexo (resultado de experiências repetidas ao longo do tempo, especialmente na infância). Em qualquer forma, ele deixa marcas profundas no funcionamento cerebral e no corpo. Além de sintomas emocionais e cognitivos como ansiedade, irritabilidade, insônia e dificuldade de concentração, podem surgir repercussões físicas, incluindo problemas de apetite, distúrbios digestivos, enfraquecimento da imunidade e aumento da pressão arterial.
Pessoas com TEPT ou TEPT complexo costumam viver em estado de alerta contínuo, com o cérebro preso em modos de defesa como luta ou fuga. Essa hiperativação envolve estruturas como a amígdala e redes funcionais ligadas à vigilância, que permanecem acionadas mesmo na ausência de perigo real. Esse esforço constante consome recursos internos e compromete a qualidade de vida de forma ampla.
Há diversas abordagens eficazes no tratamento do TEPT, como psicoterapia, EMDR e medicação, mas cada uma apresenta limitações. O neurofeedback se diferencia por regular diretamente a atividade cerebral desorganizada sem exigir que o paciente reviva o trauma.
A partir do mapeamento cerebral por qEEG, identificamos as regiões e redes neurais presas em hiperativação ou instabilidade, como a rede de saliência ou o default mode network. No treino, essas áreas recebem reforço positivo quando começam a se desprender do estado de hipervigilância. Assim, o cérebro aprende gradualmente a retornar a padrões mais equilibrados, reduzindo sintomas de forma natural e sustentável.
Esse processo não apenas favorece a autorregulação, mas também pode potencializar a eficácia de outras terapias, oferecendo uma base mais estável para que intervenções complementares atuem de forma mais profunda.
Em nossa experiência clínica, acompanhamos diferentes manifestações do trauma em crianças e adultos, em diferentes intensidades e contextos. Cada vez mais, observamos também o diagnóstico de TEPT complexo em pessoas expostas a ambientes familiares ou sociais adversos na infância. Nestes casos, o qEEG e o neurofeedback oferecem uma forma objetiva, cuidadosa e eficaz de apoiar a reconstrução do equilíbrio neural.
Na Gray Matters, cada mapeamento se transforma em um ponto de partida objetivo para acompanhar a evolução. Em vez de um diagnóstico estático, oferecemos um caminho claro para observar transformações reais, medindo de forma concreta os ganhos que vão sendo consolidados.

